Spoiled child
por sereia ressonante
Pois é, hoje comi feijoada. Se existe uma coisa que me dá gosto, é criar e desfazer mitos dentro de mim. Não sei qual é a origem dessa minha aversão em seguir um padrão, uma turma, uma ideologia, uma idéia só. Devo ser a pessoa menos adepta de todos os grupos que frequento. Adoro me construir e desconstruir. Quando estou me sentindo linda, gosto de me estragar um pouco. Às vezes uso uns ácidos muito fortes para minha pele, que sinceramente não precisa de creme nenhum, e fico uns dias curtindo as queimaduras e os vermelhinhos. Porque amanhã é sempre um outro dia e uma oportunidade nova de ser melhor. Gosto de pensar assim. Sempre convivi bem com meus pequenos pecados e grandes defeitos. Sempre fui condescendente comigo e com as pessoas, bem acima da média do que consideram aceitável em sociedade. Não acredito em pessoas perfeitas. Acredito em covardia e coragem. Sou boa em dar a outra face, não me custa nada. Mesmo porque isso é só mais uma face do que eu realmente sou. Durante minha feijoada, ouvi a conversa de um filho com sua mãe. Era uma conversa passional, delicada, um tanto amarga em alguns momentos. Confesso que engoli lágrimas junto com o suco de laranja. Não tem nada que me emocione mais do que o esforço que as pessoas que se amam fazem para se relacionar. É de longe, a parte mais bela de qualquer história em comum. Fiz eye contact várias vezes com o rapaz e queria ter dado um beijo ao sair. Era um moço de brio, de atitude, que falava coisas de amor difíceis para a mãe, que mergulhava no universo dela sem nenhum pudor. Quisera eu um dia ter um filho assim. Pois bem, tudo isso para dizer que a desintoxicação só é possível quando a gente se intoxica. Que o rosto só fica bonito depois que saem as células mortas, que cicatriz serve para cicatrizar e que almoços despretensiosos, às vezes, servem para a gente se emocionar. Intoxiquem-se garotas! No dia seguinte tem suco, tem colo, tem chão. E do chão a gente não passa, como diria Mahatma Gandhi.
esse texto me animou a aceitar as minhas imperfeições e me echeu a alma
ah, e todo dia quando me olho no espelho e vejo as melhoras na minha pele, penso: Obrigada Aninha…rs…
Isso é uma coisa muito boa de se ler! Bjks!!
é isso aí. nada de regras tão rígidas assim. be happy. Bjs
Regras servem para serem quebradas. Até as gramaticais, né Cynthia? =) Bise.
Acho que por isso podemos tanto trocar, tenho uma enorme dificuldade de contrução-reconstrução e feijoada arghhhh…faz parte de meus pecados/defeitos um certo radicalismo. beijos Nádia
hehe, minha vegana predileta!
Nossa Ana querida. Você se superou, como sempre vive se superando… Texto lindo, destruidor de ideias congeladas sobre si próprio e reconstrutor na confiança em ser humano, errático e perdoável. Beijos
Muito carinhoso! E quando escrevo “meninas” é para “meninos” também! Seja sempre bem-vindo! (K)
Que ousadia! Falar de feijoada assim no detox, rsrs.
Adoro quebrar regras e adoro rotinas e regras, nem eu entendo muito bem isso, mas é um construir reconstruindo.
Eu passei uns 90% da vida sem experimentar a famosa fejuca, até que um dia cai na tentação, mas não me anima tanto, gosto mais do feijão e do gostinho, dispenso as carnes, mas gosto do caldo com o gostinho de novo 🙂 e porque não?
Beijos ousada! adoro cada vez mais aqui :-*
Vamos pensar que feijão é rico em ferro e que caprichei na couve refogadinha! Today is another day to be happy! Beijos, Toy, somos feitas de contradições, senão não seríamos meninas. 😉
Xará, amei de amor maior! Beijo.
/o/ Seja sempre master-mega-bem-vinda no meu mundinho!